Viés de Confirmação: Um grande obstáculo a ser superado no estudo da espiritualidade
Pelo que nos ensinam os profissionais dedicados ao comportamento humano, o Viés de Confirmação é um aspecto do Viés Cognitivo que trata de padrões de distorção de julgamento onde não existe uma tomada de decisão racional, também chamado de irracionalidade.
Nesse tipo de comportamento, a carga emocional é um fator determinante na escolha das provas para comprovar uma afirmação. Essa tendência leva aos seguintes efeitos:
a) Crenças persistentes (quando crenças persistem mesmo após suas evidências serem demonstradas falsas);
b) O efeito irracional de primariedade (uma maior confiança em informações encontradas antes de outras em uma série);
c) A correlação ilusória (quando falsas associações entre dois eventos ou situações são identificadas)
O Viés de Confirmação é a tendência de procurarmos por evidências que confirmem as crenças existentes, e não por evidências que desaconselhem estas crenças
Todos nós temos a tendência de levar em consideração apenas as informações que estão de acordo com nossas crenças. Seja quando lemos um livro, notícia no jornal, internet ou revista; assistimos a uma notícia no telejornal, um filme, aula, ou mesmo numa conversa entre amigos.
Inconscientemente absorvemos aquelas informações que fortalecem nossas crenças e rejeitamos aquelas que vão de encontro a elas, independentemente das evidências, das provas, do senso comum, e muitas vezes, até mesmo do bom senso. É a interpretação seletiva e tendenciosa da realidade de acordo com nossos desejos mais íntimos e crenças mais arraigadas. Todos agimos assim - em menor ou maior grau.
Estas crenças se tornam ainda mais fortes se aqueles que creem são confrontados com provas de que aquilo em que acreditam não tem fundamento, por mais sólidas que as evidências sejam. Elas se fecham naquilo em que acreditam e nada as dissuadirá do contrário. Rebaterão com todas as controvérsias e lacunas no conhecimento que porventura existam sobre o assunto em questão - por mais bem estabelecido que seja - mas nunca colocarão em questão suas crenças - por mais absurdas que sejam. Paradoxalmente nos aconselharão a “abrir a mente” e “buscar o conhecimento”, mas nunca admitirão que se questionem suas crenças.
Diante dessa realidade, para nossos estudos sobre a espiritualidade, antes e acima de tudo, precisamos estar dispostos a questionar nossas crenças.
Na verdade, tal questionamento não tem outra função que não a de nos subsidiar a razão, permitindo que de nossas crenças saibamos todos os “porquês”.
Estão dispostos a buscar, encontrar e absorver, dados, bases e informações que, por vezes, se chocarão frontalmente com o que, até então, entendiam como “verdadeiro” e bem fundamentado no seu pensar?
Por tudo que já me deram a conhecer de cada um, acredito que sim! E mais, creio que se empenharão na busca das evidências e argumentos que fundamentem a crença que se estabelecer, mas se mantendo alertas e sempre dispostos a acrescentar fatos novos nesse mesmo pensar e crer.
Então, como primeiro exercício de análise do nosso crer e pensar sem o grilhão do Viés de Confirmação, quero que cada um responda (e envie tais respostas aqui neste grupo até a próxima sexta feira 26/01/18) às seguintes questões?
1 – Por que você acredita em Deus? (sim, a pergunta é POR QUE?)
2 – O que você espera de Deus?
3 – O que você supõe que Deus quer de você? Por que?
4 – Em quais destes atributos de Deus (Onisciência, Onipotência, Onipresença) você tem plena e total crença de serem verdadeiros, e por que?
5 – Você crê na existência do demônio (ou Diabo)? Por que?
Conto com a participação de todos.
Estejam em paz!
Dreyf