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A Companhia e O Ser

  • Por Roronoa
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Algumas poesias que tive a oportunidade de fazer em meu tempo livre.

Daltro Campanher


A Companhia


A mais ilustre companhia
Sente o que não sente
Diz o que não diz
Em forma, está disforme
Em voz, não fala o que disse

Sentiu-se à solo, viu-se às escuras
Ouviu-se ao eco, sem ser onda
Refletiu-se ao reflexo, sem ser luz
A companhia que nunca vem
É a melhor, destila sua perfeição

Em carne, é sangue
Em tecido, é osso
Em ser também é osso
Percebe-se que é o que não é
Comércio das almas, escraviza a essência
que jamais teve, a Companhia jamais terá.

Daltro Campanher


O Ser


O ser é inabalado
Consigo seu prazer é inato
Sua causa? Imanente
Está na carne, leitor! Está na carne!

As peripécias do transcendental
Subjugam o que é carnal
Da carne viemos, é à carne que iremos
Crua, sem pudor, vertendo-se em vida, per se

Seu encarnado escorre belo
Sua forma é a do real
Não com curvas, mas de vetores é um coração
Anfitrião das benesses, traidor da carne

O que esse coração faz, aquele renega
O que esse coração faz, aquele estressa
Do elo sai a carne, que surja a temperança
Concede-se o que é pois sacrifica-se pelo que não o é

Onda está a cura, Senhores? Onde está a cura?
Das suas Palavras extraio apenas Vertigem
Cegueira e apenas mazela, a carne sacrificada
por uma essência putrefata.


 Imagem "Dream - Mirror of Reality", de kimag3500


Roronoa
Roronoa

Que de mim as ideias façam a força.

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